E, já com mais de trinta artistas no cadastro, regressa o FIS.
O caminho, começado há dois anos, continua a dar-nos estrada para bater: pela primeira vez, visita-nos a música; pela primeira vez, pomos um pé fora de casa, fora do Cine-Teatro Garrett, e vamos ali ao lado, que também há espaço para solos em sítios um pouco menos óbvios; continuamos a desenhar nos ares linhas que nos levam para fora deste nosso rectângulo à beira-mar plantado, encontrando, noutras paragens, mais e mais corajosos que se lançam a um público armados apenas consigo mesmos.
O público. Trabalho árduo, esse de o fidelizar, mas que, ao ritmo do crescente enraizamento deste encontro na paisagem cultural da cidade, nos surge como tarefa cada vez mais frutífera. Às manifestas virtudes artísticas, estéticas e técnicas das propostas da programação, junta-lhes o FIS a especificidade do formato, da ideia de solo, oferecendo, a quem na plateia se senta a cada ano, uma rica e bem preenchida constelação de solitários criadores.
Concretizamos esta terceira edição com a clara consciência do degrau que ela representa e olhamos em frente, cientes de que as ideias e impulsos que nos movem só florescem e frutificam com tempo, meios dignos e, acima de tudo, perseverança. Trabalhamos o caminho passo a passo, sim, mas conseguimos também vislumbrar os possíveis e prováveis destinos que nos aguardam. O FIS, pela sua singularidade, abrangência e intimidade, pretende implantar-se como uma referência, totalmente despojada de pretensiosismos inúteis, totalitarismos elitistas ou megalomanias irrealistas, mas, ainda assim, uma referência.
Seja esta terceira edição um passo no sentido certo.