Damos-te as boas vindas à 8a edição do FIS · Festival Internacional de Solos. A dois anos de celebrarmos uma primeira década, permite-nos, antes, comemorar esta oitava e lembrar-te: o FIS mantém-se de pedra e cal e de volta à carga! Formas de ver e interpretar é a natureza programática que conduz o festival desde a sua primeira edição e que consistentemente fazemos valer — importa-nos a particular visão, linguagem e objecto artísticos que culminam na excepcional forma de uma só presença interpretativa. Mais do que uma linha temática que trespasse projectos e abrace a programação, baseamo-nos num princípio de liberdade, promovemos a pertinência artística das propostas dentro da diversidade de géneros, formatos e experiências radicalmente distintas, tanto culturais como sociais.
Na 8a edição do festival programamos espectáculos multidisciplinares de Portugal, da Catalunha, País Basco ou Cabo Verde: Joana Couto, Adrián Vega, Verde Prato, EU.CLIDES, Palmilha Dentada, Mente de Cão / Joana Pupo, Àfrica Llorens e Ivo Nicolau. Ocupamos o Cine-Teatro Garrett, habitat intrínseco deste festival, mas deslizamos até ao Diana Bar e Biblioteca Municipal Rocha Peixoto. Complementamos o certame, pela primeira vez, com um programa paralelo de oficinas de formação — de manipulação de marionetas e dança — dirigidas a público geral, estudantes de teatro e de dança; iniciamos parceria com o Cineclube Octopus e a Montra – mostra de arte contemporânea em montras do comércio tradicional e cruzamos performances e artistas entre Póvoa de Varzim e Vila do Conde, como é o caso de Filipe Larangeira e Ana Isabel Castro. O FIS dá mais um passo na direcção da inclusão e da acessibilidade e pela primeira vez terá um espectáculo interpretado com Língua Gestual Portuguesa em colaboração com a Acesso Cultura.
Vestimos o programa com espectáculos que abordam o luto, o suicídio, a ansiedade, a depressão, a herança, a apropriação cultural, que retratam coragem, independência, género, corpos desconfortáveis, causas sem efeitos e causas com efeitos: o súbito, a turbulência, a premeditação, o escape. Inclinamo-nos no sentido do questionamento, da reflexão, da observação e aceitação. Nesta oitava edição, abrimos possibilidade para nos ramificarmos, no sentido poético e literal, criamos pontes num movimento sucessivo e contínuo, carregamos formas para ver e interpretar livremente.
Vídeo de Nuno Leites · Música de Dídac Gilabert
